quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Mundo é Azul? Qual é a Cor do Amor?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

a Letra A.



Todas as cores me lembram os seus olhos

Todas as canções, me lembram você

Em todos os sorrisos e gargalhadas

Eu te sinto assim,

bem pertinho

Todos os perfumes transformam-se

Na sua fragrância,

Para que me tragam lembranças suas.

Mas isso porque você está dentro de mim,

Dentro do meu coração.

Pois nada de nada é igual a ti.

Sua beleza,

Como mulher, menina e garota

Transita dentro da minha cabeça.

Tudo fica mais fácil

E tomam formas lindas

Quando faço algo pensando em você.

E assim me descubro,

Numa alegria atônita.

__________________________

Tão diferente de mim,

E eu me achando demodê

Cheio de me sentir vazio

Como um rio que vai pro nada

Um Iceberg frio e distante.

E num oceano gigante

encontro você.


Marcos Estevan Franco.


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Concepção da luz, da noite e da queda.


As imagens no jornal repercutem grande impacto,
A noite é tão soturna e o silêncio é torturante
As lembranças vêm como flash...
O mesmo dia, uma outra noite,
Na primavera e num outro mês
Meu desespero, e o seu sonho,
Sua inocência...

Talvez pelos meus atos
Meu sofrimento seja mais digno.
Mas a semelhança dos fatos,
Pouco se traduz.
Não comprova quem de nós dois
Teve sorte ou azar,
Prefiro dizer
Que somos vítimas,
Vítimas do destino...

Há tempos recentes.
Eu quis celebrar a dezembrada,
Arrebentar a boca do burro.
Mas a cerveja ficou trincando no bar
Nem se quer deixamos um gole pro santo
Antes de sair,
Talvez para uma outra ocasião quem sabe?
O tempo real passa logo.

Hoje, próximo a Lua e junto as estrelas
És a de Brilho mais intenso,
Sempre cantando e encantando
Sempre...
E lá em meio a tantas constelações
A queda é uma grande diversão
E não um mergulho necessário aos loucos,
Que aqui nos faz,
Morrer...

Autor: Marcos Estevan Franco.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Café com Leite.

È preciso saber amar, sabe? Ter-se uma mulher a quem se chegue, como o barco fatigado a sua enseada de retorno. O corpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualismo amor do corpo.
Como se deve ser triste a vida dos homens que tem mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é bíblico e verdadeiro) divide a mulher com o que empresta as chaves.
Para os chamados “Grandes Homens” a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher que chega se desculpando; e se despe desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada e serra os olhos, com toda força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser um “pequeno homem”.
Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legitimo quando, depois, se pega no sono. E a um complemento venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento café com leite dos amantes, com satisfação do prazer cumprido.
No mais, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga, todo ascentismo da ioga...Tudo é menor. O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à maquina. Escrever com dois dedos e amar a vida inteira.

sábado, 31 de maio de 2008

quinta-feira é sempre quinta-feira.




Quinta-feira é sempre quinta-feira, melhor dia encontrado na labutosa semana de Marcos Cassaro, jovem rapaz de classe média.

Cassaro, como preferia ser chamado, tirou da sua jaqueta de couro, um velho papel com um endereço e o numero de um telefone que provavelmente nem existisse mais, no verso do papel, letras redondas e de fácil compreensão assinavam o nome de Emily. Ao ler a assinatura no verso, notava-se o largo sorriso nas bochechas de Cassaro, sorriso este que era raro no rosto sisudo do jovem rapaz de 23 anos. Aquele papel lhe trazia lembranças boas do passado. Lembranças ruins também estavam ali presentes, mas o amor obsoleto ainda era maior, e ainda um desejo enorme de reviver tão intenso amor.
Na estrada encima de uma XT600cc sentindo o forte vento soprar contra seu corpo alentado, a 150km/h, Cassaro estava indo ao velho ambiente que o agradava tanto no passado, talvez em busca de retroagir no momento em que sua atitude mal pensada o separou de alguém...E também algo intuitivo o dizia que seu grande amor se recordaria do passado e do erro tão infantil que também cometera.
O vento frio o lembrava cada fração de segundo do beijo de Emily, e algo o fez sorrir ainda mais, lembrou a data do primeiro beijo de Emily, dia 3 de junho, e que completaria exatos 10anos. Mas faziam também exatamente 5 anos sem prová-los e sem embriagar-se no corpo tão tímido e sedento de amor da jovem garota libriana...seu instinto boêmio o fez crer que aquele dia 3 não seria igual ao dos 5 anos passados.
Chegando em seu destino, passos incertos e inseguros caminhou, e foi lembrando e revivendo cada instante, cada marca, cada toque e contato físico...a margem do rio depois de algum tempo se tornou ponto de encontro, de conversa de contato físico e intelectual, a luz da lua refletida nas águas mansas do Guaíba banhavam os corpos vestindo-os de cor prata...
O cheiro do velho e conhecido perfume adentrou nas narinas de Cassaro, como um vírus sem pedir licença, isso causou tamanho furor e o fez sentir a dor da ferida não exposta, mais ainda não cicatrizada.
Seu corpo tremeu, seus olhos ficaram paralisados como de vidro e por um instante perdeu a audição, o coração parecia ter aumentado dentro do peito e o peito por sua vez parecia não suportar o tamanho e a velocidade de suas batidas. Emile estava presente não só dentro de Cassaro, mas agora fisicamente frente aos seus olhos.
Emily pouco mudou, ainda tinha longos cabelos que com o vento balançavam como ondas do mar Nórdico e fazia qualquer homem se perder em mar aberto. Uma pele morena, mas tão fria, capaz de congelar todo sorriso.
Cassaro sentiu uma imensa vontade de provar, redescobrir, desvendar novos segredos, tomar de volta para a vida inteira o que por algum tempo foi seu...
Emily avistou Cassaro, estalou os olhos e sorriu, Cassaro com os olhos intactos olhou-a mas não retribuiu o sorriso...Lembrou das noites, sozinho no rio, perdido na imensa cidade, suicidando-se aos poucos, envelhecendo, tentando se livrar das doenças crônicas e das dores físicas, e julgou-o aquele sentimento como não sendo amor e sim uma obsessão, um metadona, deixando-o totalmente dependente, expondo agora sim suas feridas a todos há sua volta.
Cassaro tomou uma atitude inesperada até por ele mesmo,achou melhor dar as costas e sair, e assim fez... pois há feridas que demoram a cicatrizar, ainda mais quando tentamos parar o tempo... e prometeu nunca mais estar ali, pelo menos não naquele ano.

Marcos E. Franco